quarta-feira, 20 de março de 2013

Em defesa do Papa - Parte I


Muitas coisas motivaram esse post, umas delas foi o excelente livro "En defensa del Papa" do Paolo Rodari e do Andrea Tornielli que estou lendo, ainda não terminei e é justamente por isso que essa é a parte I do post, na parte II pretendo publicar uma resenha do livro que não sei se está disponível em língua portuguesa, provavelmente não já que nosso mercado editorial é uma porcaria. A minha edição em língua espanhola eu comprei em Madri, mas já vi que está disponível no site da Amazon. Então eu sugiro que os interessados pelos eventos que redundaram na abdicação do agora Papa Emérito Bento XVI não percam tempo e comprem o livro! 

Bom, como eu já disse, são diversas as razões que me motivam a escrever, é difícil explicar cada uma delas, então vou falar de uma outra que está entre as principais: trata-se da enorme injustiça que a Igreja Católica Apostólica Romana tem enfrentado no mundo Ocidental. Ok, antes de continuar, deixa eu dizer que a Igreja Católica já cometeu injustiças, mas é preciso analisá-las sob uma perspectiva histórica, colocá-las nos diversos contextos que a Igreja já vivenciou ao longo de séculos e séculos. Mesmo reconhecendo essas injustiças, a mensagem principal da Igreja é uma mensagem de amor, compaixão e caridade, esse lado bonito e moralmente impecável é ignorado totalmente pelos críticos da Igreja. Esse críticos preferem dar uma maior repercussão para os lamentáveis casos de padres que cometeram abusos sexuais, que são minoria no enorme clero da Igreja, do que para os institutos de caridade mantidos pela Igreja ao redor do mundo, dizem que a Igreja é uma instituição que prega a ignorância, mas jamais falam da grande quantidade de pesquisas científicas que a Igreja apóia, das universidades e institutos de pesquisa mantidos pela Igreja, da digitalização e disponibilização gratuita no site do Vaticano de manuscritos antiquíssimos presentes na rica e variada biblioteca da Santa Sé. Não, os críticos não falam das boas iniciativas, preferem falar apenas de casos isolados, como se estes casos dissessem tudo sobre a Igreja Católica. Não dizem. Mesmo assim, os críticos continuam e ganham cada vez mais audiência pois hoje é muito popular ser anti-Igreja. Quer brilhar numa roda de descolados? Fale mal da Igreja, acuse-a de ser a causa de todos os males do mundo, e, claro, apregoe que o islão é uma religião de paz mesmo que em países como o Iran pessoas sejam enforcadas em praça pública por serem homossexuais e mulheres sejam condenadas à morte por apedrejamento. O islão é uma religião de paz, os malvadões são os católicos que acreditam no Cristo que nos ensinou a amar o próximo como nos amamos, que ensinou que aquele que não tem pecado pode atirar a primeira pedra e que quando alguém nos bate numa face devemos oferecer a outra. Os que acreditam no Cristo é que são maus, os bons são os crentes em Maomé, aquele mesmo que trucidou tribos inteiras.  

Como se tudo isso não bastasse, outra coisa que virou bastante popular é espalhar acusações mentirosas e, portanto, sem nenhuma prova, contra os Papas da Igreja. O Papa Emérito foi acusado de ser nazista nas redes sociais com uma imagem que foi muito famosa onde ele aparece, quando muito jovem, vestido com o uniforme da juventude hitlerista. Claro que os boçais que compartilharam a imagem não se indignaram a fazer uma rápida pesquisa no google e portanto não ficaram sabendo que TODOS OS JOVENS alemães eram obrigados a fazer parte da juventude hitlerista, não ficaram sabendo que o jovem Joseph Ratzinger foi perseguido por ser seminarista, que um primo dele foi morto pela política eugenista do nazismo e que ele chegou a ser preso e levado para um campo de trabalhos forçados e que desertou do exército. Joseph Ratzinger JAMAIS foi simpático ao nazismo, ele foi uma VÍTIMA do nazismo. É muito provável que ele tenha tido notícias dessa acusação infame e não posso imaginar a terrível angústia que deve ter sentido ao ser acusado de ter sido simpático à um regime que o fez passar por terríveis provações. Essa foi só uma das muitas mentiras que espalharam sobre Bento XVI, mentiras que foram livremente divulgadas, pois hoje é aceitável detratar a Igreja Católica e o absurdo não fica restrito às redes sociais, grandes veículos noticiosos de todo o mundo fazem isso impunemente. E a Igreja apenas se defende, age como deve agir, pois ela é mansa e perdoa mesmo que seus acusadores sejam brutais e jamais a perdoem. 

Pois agora os católicos têm um novo Papa, o primeiro vindo da América Latina e o primeiro que escolheu o nome Francisco em referência à São Francisco de Assis, o pobre de Deus, e assim já explicitou como será o seu período no Trono de Pedro: dedicado aos pobres. O Papa Francisco já deu muitos sinais de ser um homem humilde e simples. Pediu a benção dos fiéis e humildemente se inclinou para recebê-la, seu anel é de prata, pagou a conta do hotel onde estava hospedado, e, quando bispo, não raro ia de ônibus para a Sé de Buenos Aires. Um homem do povo que certamente fará um belíssimo pontificado. 



Mas infelizmente as acusações mentirosas não tardaram a aparecer e assim que anunciaram o novo Papa vimos pulular pela rede insinuações maldosas de que ele colaborou com a ditadura argentina. Óbvio que nenhum detrator mostrou nenhuma prova que incrimine o novo Papa, apenas espalham achismos, fazem malabarismos retóricos desonestos e querem transformar suas opiniões em fatos. Essas mentiras são divulgadas amplamente nos veículos noticiosos, mas quantos artigos lemos com o outro lado? Quantos jornais publicam a fala do argentino Pérez Esquivel, vencedor do Nobel da Paz, onde ele afirma que Bergoglio, agora o Papa Francisco, NÃO COLABOROU COM A DITADURA? Seriam os acusadores ignorantes ou desonestos a ponto de acreditar e divulgar uma sandice dessas sem levar em conta que os Cardeais reunidos no conclave jamais elevariam ao sumo pontificado um homem que poderia ter tido relação com a ditadura justamente numa época delicada para a Igreja?

Mas os modernetes não se incomodam, não se sentem mal ao divulgar mentiras contra a Igreja pois prezam mais pelo status que ser anti-Igreja traz do que pela honestidade, sinceridade e responsabilidade. Para eles não vale a máxima de que não se deve levantar acusação sem provas quando se trata da Igreja Católica. 

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