segunda-feira, 18 de março de 2013

Redes Sociais e Educação


Quando algo têm uma adesão massiva e desfruta de grande popularidade é comum que surjam as vozes discordantes e blasés para dizer que esse algo é ruim, estúpido e para os ignorantes. São aqueles pessoas que acham que as coisas boas são para poucos, inclusive são capazes de mudar de gosto: não raro deixam de gostar de alguma coisa quando ela ganha popularidade. Isso é muito claro no caso do Facebook. Quando o Orkut se popularizou e ganhou milhões de usuários brasileiros, os cults imediatamente começaram a detratar a rede social das massas e aderiram ao Facebook que até então tinha poucos usuários brasileiros. Assim que o Facebook ganhou popularidade e o Orkut foi deixado às traças pelos nossos compatriotas, os blasés imediatamente começaram a falar mal da nova rede social do momento e a compartilhar a frase "contra a orkutização do Facebook". 

É o típico menosprezo de quem artificialmente molda seus gostos conforme o status que outorgam. É mais cool gostar do Godard e do Lynch do que do Spielberg ou Ang Lee, não que você realmente entenda Godard e Lynch [alguém entende?], mas você quer mostrar para todo mundo que você curte uma arte fina e para raros gostos… bom, para dizer a verdade, eu acho que a maioria das pessoas que dizem gostar de Godard e Lynch não gostam de Godard e Lynch de verdade… eu particularmente acho um saco! O fato é que para se dizer um entendedor da cultura é preciso fazer a distinção básica entre o que é feito para entreter e o que é feito para divertir refletir. Quando eu quero me divertir não penso duas vezes e escolho Spielberg [exceto a Lista de Schindler, claro!], quando eu quero refletir vou de Bergman. Só para acrescentar, é por isso que eu acompanho a crítica de cinema feita pela Isabela Boscov, eu penso que ela é uma excelente crítica de cinema justamente por diferenciar bem filmes de entretenimento de filmes mais profundos e se esforça para fazer uma crítica que leve em consideração as propostas. Foi só uma notinha :)

Mas voltando às redes sociais. Uma coisa interessante nesse novo fenômeno das comunicações e relações humanas é que as redes sociais ainda não tem uma definição clara do que se prestam a fazer, e eu tenho a sensação de que isso diz bastante sobre o Facebook, mais do que sobre o Orkut. Por exemplo, em geral você sabe o que vai encontrar num site de jornais, você vai encontrar notícias, óbvio. Num blog sobre política você vai encontrar artigos sobre política. Aqui no observatório Rio-Sampa você vai encontrar lampejos da minha mente desorganizada. Ou seja, com a exceção de páginas como o observatório, outros espaços da internet têm uma orientação mais objetiva. Mas isso não vale para o Facebook.

O seu Facebook terá as características que você determinar. Na sua linha do tempo você vai encontrar as atualizações dos seus amigos e das páginas que você curte, enfim, a orientação geral das postagens que você vai ler depende de você. Olhando a rede social como um todo, o que temos então é um complexo universo de individualidades, não algo orientado para uma determinada coisa ou assunto. Isso dá um tilt nas cabecinhas mais limitadas e tradicionalistas que se acham bem moderninhas. Essa gente em tilt adora postar críticas ao Facebook… no Facebook, é claro, pois é importante que muita gente saiba que você despreza o Facebook e as postagens bobas das pessoas que… você segue. Entendeu? Se você só vê bobagem na sua linha do tempo é porque você tem entre seus "amigos" pessoas que só postam bobagens e também porque você curte páginas bocós! Eureca, seu Facebook é uma droga por sua culpa, sua máxima culpa.  

Eu particularmente gosto muito do Facebook, acho que ele é um universo de grandes possibilidades, pois assim eu tento mantê-lo. Quando uma pessoa começa a postar só bobeiras e coisas que não me despertam o mínimo interesse eu realizo a simples ação de excluí-la da minha lista, sem alarde, sem reclamações. Eu não sou colecionadora de amigos virtuais, eu mantenho na minha lista pessoas que eu considero interessantes e, de preferência, que eu conheça pessoalmente e tenha alguma relação além da rede social. Também sigo páginas que me interessam, se deixam de ser legais para meu gosto "descurto" na boa. O resultado disso é que o Facebook é para mim algo que vai além de uma ferramenta para manter contatos, é também um meio de aprendizagem. As pessoas interessantes que eu tenho na minha lista sempre postam artigos bacanas, opiniões espertas ou coisas engraçadas que agradam meu senso de humor. 

Já aprendi um monte de coisas novas por causa de postagens de amigos no Facebook, já aprofundei alguns assuntos por conta de artigos compartilhados, já mudei de opinião sobre determinados temas por causa de longos e calorosos debates que já travei na minha linha do tempo ou na de terceiros, já conheci filmes, documentários e músicas graças aos compartilhamentos dos meus amigos e, não menos importante, já marquei umas saídas para botecos e baladas pela rede social que muitos amam odiar. 

O Facebook pode ter um ótimo uso, mas dependo do que você faz com ele! E para ilustrar, aí vai um documentário super bacana sobre a rede social do momento:


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